Por trás do tudo bem

Oi, tudo bem? (...) 

Pra ser sincera, eu não sei. Há dias em que acordo com a determinação de um exército, faço planos, crio metas e me sinto capaz de realizar tudo com a força dos meus braços, já em outros acordo tão esgotada que não me apetece nem se quer levantar da cama, as lágrimas escorrem dos olhos sem motivo certo, o corpo dói da noite de sono mal dormida e a cabeça incomoda com aquela enxaqueca de cunho emocional. No fim, eu só quero chegar naquele dia branco, sabe? Onde a parte de conquistar a vida já passou e estamos só colhendo os frutos na calmaria que a estabilidade trás. Eu não quero mais acordar cedo. Eu não quero mais trabalhar 40hrs por semana e passar por dificuldades financeiras na mesma. Eu não quero mais me sentir vazia. Eu não quero mais me sentir esgotada. Eu não quero mais sentir saudade de quem está longe. Eu não quero mais sentir que a vida está escorrendo pelos dedos da minha mão. Eu não quero mais sentir culpa. Eu não quero mais sentir ansiedade. Eu não quero mais me comparar com outras pessoas. Eu não quero mais me sentir insuficiente. Eu quero paz! Eu quero dormir profundamente, e a noite toda. Eu quero trabalhar só com o que amo. Eu quero ser cantora, pintora, musicista, jornalista, maratonista e lutadora de Jiu-jitsu. Eu quero aprender a dançar. Eu quero viajar o mundo. Eu quero amar sem medo do fim. Eu quero caminhar sem pressa. Eu quero uma casa no campo com um balanço na varanda. Eu quero voltar a ser criança. Eu quero o abraço do meu pai. Eu quero uma noite com as minhas irmãs. Eu quero infinitas horas vendo meu sobrinho dormir nos meus braços. Eu quero voltar a ver o bem nas pessoas. Eu quero voltar a ser eu. Eu quero mais tempo. Eu quero a parte boa da vida. Eu estou cansada demais pra seguir e já não sei onde, nem como, me recarregar. Socorro, universo! (...) 

Estou bem, e você?