Mafalda Cardoso

21-11-2023

"Que liberdades ilusórias procuras?"

Uma extraordinária decepção, esta pergunta que se tem feito. Lemos "liberdades" e por isso queremos tudo. Mas depois lemos "ilusórias" e ficamos sem nada.

Um paradoxo que aceitamos. Uma dicotomia que vivemos. Uma realidade que nem me atrevo a questionar.

Quanto a mim, sou, invariavelmente, vítima dessa liberdade que parece ser e não o é, e ainda que o seja em algum momento, não o será. Nunca.

Quiçá a liberdade que anseio não passe de um bálsamo para a minha melancolia, de tal maneira inebriante que torna a vida insaciável. Daí que me seja difícil aterrar na realidade, inútil procurar liberdades que me iludem, porque todas elas já me pertencem e todas elas já me consomem.

É um estar absorto na própria vida sem saber porquê. É um descontrolo que soa a um controlo qualquer. É um grito ao infinito e o eco que retorna.

Enfim, não sou capaz de procurar o que quer que seja, porque a liberdade sempre me foi a ilusão disto a que chamam vida. E, mesmo assim, rendo-me a ela e a toda a sede de infinito com que me deixa.

NEFLUC/AAC
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